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quinta-feira, 4 de março de 2010

Agora um pouco de Puuuuuesia!!



Há algum tempo fiz uma homenagem para um das figuras mais ilustres da história da literatura no Brasil, na verdade, um dos maiores poetas da língua portuguesa, Augusto dos Anjos.
Dono de estilo de escrita inigualável, consegue ferir o ego humano com uma sutileza, como poucos conseguiram fazer e de forma tão brilhante.

E numa divagação noturna, eis que surgiu estas palavras:


Homo Sapiens

No ápice do meu desejo antropófago
A simbiose humana me espanta
E na podridão que me consome
Sou filho da cosmopolita
Natureza da (RE)produção.

Sou, figura inata
Transcendendo todo relacionamento
Harmônico da derme, epiderme e da carne
[Podre!

Extra-vagante pelo mundo
Intrínseco nas figuras científicas
Simplório da verdade intra-terrestre
Feiticeiro da matéria orgânica.

Sou apenas poeira de estrelas esquecidas
Tem em meu ácido desoxirribonucléico a descendência
Espetacular dos Australopitecus robustus.

Apesar de divergências
Sou Homo sapiens.

Sou a parte mais alta da evolução das espécies.
Sim! Sou sim o ser cancerígeno
[das espécies.

Resultado maior do erro secular
E genético do universo.

Na madeira que agora gravo minha história,
História de toda uma espécie
Vejo tudo isso como a hetero-gênese
Da imundície da carne e do prazer
Humano.

Alan Lopes


Quem tiver algum interesse em conhecer a obra de Augusto dos Anjos, leia o livro: EU E OUTRAS POESIAS.

Um comentário:

  1. É rapaz... acho que vou ter que começar a me esforçar (e ler) muito mais para um dia chegar perto docê!

    Mas, não!

    Estilos diferentes, simples assim.

    E vamo começar a bagaça da escrivinhação contínua???

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